De origem etimológica grega, onde Bio remete a vida e Philia a amor, podemos traduzir biofilia como “amor pela vida”. O termo foi explorado pela primeira vez em 1964 pelo psicólogo Erich Fromm, mas foi somente nos anos 80 que o conceito ganhou destaque através do biólogo Edward O. Wilson.
Centrada na experiência humana, a biofilia é uma ciência que descreve a necessidade de conexão dos seres humanos com a natureza, visando uma melhor qualidade de vida e sensação de bem-estar. De acordo com o artigo: 14 Patterns of Biophilic Design – Improving Health and well-being in the built environment, por meio de estratégias do design biofílico é possível reduzir o estresse, melhorar as funções cognitivas, a criatividade, produtividade dos indivíduos e até auxiliar no processo de cura. Mas como exatamente podemos aplicar esse conceito nos espaços construídos?
Segundo o manual A prática do design biofílico a aplicação da biofilia na arquitetura, primeiramente, depende dos usos específicos da construção e paisagem, dimensão do projeto, fatores sociais, econômicos e logísticos, bem como as condições culturais e ecológicas. Há ainda três principais atributos a serem considerados: a experiência direta da natureza, a experiência indireta da natureza e a experiência do espaço e do lugar.
A experiência direta da natureza refere-se ao contato real com as características ambientais no ambiente construído, incluindo luz natural, ar, plantas, animais, água e paisagens. Já a experiência indireta da natureza refere-se ao contato com a representação ou imagem da natureza. Estes incluem imagens e obras de arte, materiais naturais como madeira, pedra, lã ou ainda ornamentação inspirada em formas e geometrias orgânicas. Por fim, a experiência do espaço e lugar refere-se às configurações espaciais características do ambiente natural que promovem a saúde e o bem-estar humanos. Exemplos como integração entre interior-exterior, cenários organizados e ordenados, mobilidade e sensação de segurança e também afinidade e ligação emocional com determinados lugares.
Sendo assim, entende-se que ao considerar essas experiências multissensoriais nos projetos, podemos ter como resultado um habitat saudável e produtivo, que despertam uma série de sentimentos, emoções e reações nas pessoas, por isso os espaços construídos não só podem, como devem, se relacionar com a natureza afim de contribuir para o nosso bem-estar físico e mental.